Homonacionalismo no Brasil e nos EUA

Desde a eleição do atual governo Bolsonaro, em 2018, tem havido uma preocupação por parte da comunidade LGBTI de que seus parcos direitos, como o do reconhecimento do casamento homoafetivo, possam ser subtraídos devido ao novo contexto de ascensão da extrema direita. Em que pese os temores de grande parte desta comunidade, o que se viu durante as eleições foi um apoio de partes do público homossexual a este candidato. Este, por sua vez, apesar de já ter declarado, em 2013, de que tinha orgulho de ser homofóbico, não se furtou de se aproveitar eleitoralmente deste inusitado e inesperado apoio. Esta proposta se propõe a analisar em que medida um clima político favorável a ascensão da extrema direita tem se materializado na diminuição dos espaços de reivindicação de direitos humanos da população LGBTI acarretando em uma maior precariedade das vidas queers. Nos propomos a usar o conceito de homonacionalismo (seguindo a teórica queer Jasbir K. Puar), que destaca como parcelas da comunidade LGBTI exacerba concepções ultranacionalistas de modo a se diferenciarem de queers estrangeiros (na acepção ampla da palavra, englobando, desde refugiados, imigrantes ilegais, terroristas, a LGBTIs não homonormativos) e a reivindicarem, de modo instrumental, um pertencimento a nação que nunca lhes foram totalmente concedidos anteriormente. Destacaremos a precariedade da posição homonacionalista e homonormativa em tempos de intolerância que se aproveitam de apoios isolados para lustrarem sua imagem negativa frente a opinião pública (o chamado Pinkwashing) ao mesmo tempo em que agem para enfraquecer os direitos LGBTI e agradar suas bases eleitorais fundamentalistas. Com Relação aos EUA de Trump, será analisado a atualidade do homonacionalismo na política doméstica e externa norte-americana e será focado na possível volta da política “don’t ask, don’t tell” nas Forças Armadas; a relação com o Irã, no que diz respeito a sua comunidade LGBTI e como isso tem sido objeto de disputa; e como os EUA tem se comportado na ONU com relação a temas de orientação sexual.

 

Pesquisadores
  • Emerson Maione de Souza

Assistentes de pesquisa:

  • Carlos Otávio Serrador Ferreira Júnior
  • Gabriel Rego Muniz
  • Gabriela Henrique Borges de Souza
  • Isabella Akemi Maiani Okuno
  • Luiza Arruda Ferreira Constante
  • Maria Eduarda Machado da Costa Oliveira
  • Matheus Ribeiro Correa de Andrade
  • Tauane Alves Gomes de Azevedo
  • Vitória França
Processo seletivo

É considerado o desempenho do aluno na universidade, o interesse na área de pesquisa e nos tópicos abordados pelo projeto.

Haverá um processo seletivo no meio de 2020, por volta de julho.

Os alunos selecionados trabalharão no projeto pelo período de um ano.